quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Tudo o que deve saber antes de ficar grávida

Q que devo saber antes de ficar grávida

Por que não antecipar-se e evitar complicações inesperadas?

Segundo se sabe, cerca de 30 ou 40 por cento das gravidezes foram planejadas; nas restantes, a notícia chegou de surpresa. Quer dizer que muitas se procuraram, enquanto que outras se encontraram. Nos níveis socio-econômicos elevados, a percentagem de mulheres que planifica a gravidez é maior do que nos níveis mais baixos. Não obstante, e lamentavelmente, são poucas as que efetuam uma consulta médica previa quando decidem ter um filho. Geralmente, acredita-se que basta manter relações sexuais numa determinada altura, e uma vez que o teste deu positivo chega o momento de consultar o médico. Infelizmente, e independentemente do nível socio-econômico dos pais, na maioria dos casos a gravidez começa a causar preocupações somente quando se tem notícia dela. No entanto, nessa altura, pode ser demasiado tarde para prevenir algumas situações. Ainda não existe uma clara consciência de que uma grande quantidade de patologias ou malformações podem prevenir-se ainda antes da concepção. Daí a importância de efetuar uma consulta pré-concepcional no momento em que começa a pensar-se na possibilidade de uma gravidez.

Relações férteis

Quando um casal deseja ter um filho, as relações sexuais oportunas constituem um fator decisivo. Os dias férteis são aqueles que estão proximos da data da ovulação, que ocorre aproximadamente na metade de cada ciclo. Por exemplo, se uma mulher tiver a menstruação a dia 15, por volta do dia 30 terá lugar a ovulação. De modo que o ideal seria manter relações, dia sim, dia não, desde o dia 25 até ao dia 5 do mês seguinte.Neste período, também convem evitar a higiene imediata e permanecer deitada durante algum tempo depois de manter relações.

Sindrome de Down: um tema que assusta

Geralmente, quanto mais idade tem a mulher, mais se preocupa com certos aspectos da sua futura gravidez. Assim, são as mulheres de 38 a 40 anos que habitualmente podem consultar o médico previamente, basicamente pelo receio de ter um filho com sindrome de Down. Se bem que, lamentavelmente, não costumem preocupar-se tanto por iniciar a gestação nas melhores condições, tratando de prevenir a maior quantidade possível de complicações. É verdade que quanto mais idade tiver a mãe, maiores serão as probabilidades de que tenha um filho com o sindrome de Down ou alguma outra malformação genética. Mas é importante saber que embora o risco seja maior do que numa mãe mais jovem as possibilidades são sempre menores que as de ter um bebê saudável. Com efeito, se dissermos que uma mulher com 40 anos tem uma para cento e nove de possibilidades de ter um filho com sindrome de Down, é verdade que tem quatro vezes mais risco do que uma mulher de 25. No entanto, em cada cento e nove mães, cento e oito darão à luz um bebê saudável, e somente uma terá um bebê com sindrome de Down.

Perigo, infecções!

Do ponto de vista infectológico, também é possível prevenir. Por exemplo, algumas mulheres costumão ter fluxo de maneira persistente, possivelmente causado por germens que colonizam a zona vaginal. A citologia permite detectar a situação antecipadamente, e implementar o tratamento adequado antes de começar a gravidez.

Rubéola, uma infecção temível

Atualmente, é possível conhecer o estado imunitário face a muitas doenças infecto-contagiosas, e se não existirem anticorpos recorrer à imunidade passiva através da vacinação. A rubéola é uma das patologias que se não se previne pode causar sérias malformações no feto. E não deve estudar-se somente naqueles grupos de risco mais conhecidos, mas em todas as mulheres. Embora quem a tenha contraído tenha imunidade para toda a vida, dado que se trata de uma doença que muitas vezes pode ser confundida com outra eruptiva, a única forma de confirmar se se teve rubéola é mediante uma análise de sangue específica (serologia). E no caso de que a mulher não tenha anticorpos, pode recebê-los por meio da vacinação antes de ficar grávida.

Os gatos e a toxoplasmose

Com respeito à toxoplasmose, embora exista o mito de que se contagia através dos gatos, a verdade é que não é preciso possuir um para correr o risco de adoecer. De fato, a maioria das pessoas não tem gatos mas sim anticorpos contra a toxoplasmose, o que indica que alguma vez tomou contato com o vírus que a produz. Isto pode acontecer através da ingestão de carne que não tenha sido suficientemente cozida, ou de frutas e verduras mal lavadas, ou então durante a realização de tarefas de jardinagem nas quais se manipula terra. Na realidade, os gatos domésticos não apresentam risco, mas sim aqueles que saem para a rua e estão em contato com outros animais que podem transmitir a infecção. Não existe uma vacina contra a toxoplasmose, de modo que a melhor maneira de preveni-la é consumindo as carnes bem cozidas e as verduras correctamente lavadas, evitando o contato com gatos que não permaneçam em casa, e utilizando luvas para realizar tarefas de jardinagem. Se uma mulher grávida entra em contato com o parasita que causa a toxoplasmose, deve receber um tratamento com antibióticos urgentemente, para evitar um possível aborto espontâneo ou malformações fetais sérias. De todos os modos, não deve desesperar: cerca de 60 por cento das pessoas estão imunizadas contra estas infecções.

Uma questão de peso

A gravidez deveria iniciar-se com um peso o mais próximo possível do ideal. Nem mais, nem menos, dado que o peso a mais pode desencadear problemas cardiovasculares, hipertensão arterial e diabetes, entre outros. No caso de que o excesso seja importante, antes de tentar ficar grávida, seria conveniente que durante seis ou sete meses a mulher tratasse de aproximar-se do seu peso ideal, e a partir desse momento procurasse engravidar. Dessa maneira, evitaria arrastar esse peso a mais durante os nove meses da gestação, que, por sua vez, vão originar um aumento. No pólo oposto, se o peso for inferior ao ideal, será preciso tratar de recuperá-lo. Uma mulher muito magra certamente que terá deficiências nutricionais. Neste caso, não se trata de engordar como um peru de Natal à força de comer qualquer coisa, mas sim de recuperar o peso correto mediante uma dieta boae equilibrada, capaz de fornecer todos os ingredientes necessários.

Uma dieta de ferro

No início da gestação, o aspecto nutritivo desempenha um papel muitíssimo importante. Muitas mulheres iniciam a gravidez com anemia, devido a que as suas menstruações são muito abundantes ou a que não se alimentam bem. Na mulher, a predisposição a padecer de anemia é maior do que no homem, porque cada menstruação implica uma perda de sangue e, consequentemente, do ferro contido nela. Por isso, salvo que esteja muito bem alimentada com alimentos ricos em ferro, as suas reservas são menores do que as do homem. E a isto deve acrescentar-se que, geralmente, gravidez e anemia costumam andar de mão dada. Antes de ficar grávida, seria conveniente avaliar esta possibilidade mediante um hemograma completo e, em caso de se confirmar que a mulher está anemica, deverão indicar-se suplementos de ferro para que possa começar a gestação em ótimas condições.

O que se passa com o cálcio

O cálcio é vital para a formação dos órgãos e ossos do bebê, e serve além disso para prevenir uma futura osteoporose. Se a mulher segue uma dieta equilibrada e completa, não é necessário incrementar a quantidade de cálcio. Mas aquelas que não bebem leite, nem comem iogurte ou queijo, deveriam receber suplementos antes e durante a gravidez.

O ácido fólico

O ácido fólico é uma vitamina presente em vários alimentos, que tomada de forma prévia à concepção reduz de maneira considerável a incidência de malformações do tubo neural, como a espinha bífida, a mielomeningocele, e a anencefalia. Embora os espinafres, o sumo de laranja sejam ricos em ácido fólico, a quantidade contida nos alimentos é muito escassa, pelo que é preciso reforçar a ingestão por meio de suplementos, desde os três meses anteriores até aos três meses posteriores à concepção. As mulheres que recebem ferro durante a gravidez não necessitam de tomar ácido fólico, uma vez que os suplementos de ferro incluem esta vitamina na sua formulação. E o mesmo acontece com aquelas que tomam algum complexo multivitaminico específico.

Qualidade de vida: um aspecto fundamental

A qualidade de vida torna-se muito importante na hora de pensar num filho. Com efeito, muitas mulheres não conseguem ficar grávidas devido ao stress ocasionado por uma vida agitada, somado às preocupações, pressões laborais, etc. E naturalmente, o stress também não é bom durante a gestação. De modo que, na hora de planear uma gravidez ou durante a mesma, o ideal seria tratar de levar – na medida do possível – uma vida mais tranquila, diminuindo um pouco o ritmo quotidiano, e alimentar-se e descansar corretamente. Sabemos que não é tarefa fácil, especialmente nestas alturas. No entanto, a sua saúde e a do seu filho bem o merecem.

Café, posso ou não?

Com moderação, o café pode tomar-se sem problemas. No entanto, em doses elevadas torna-se tôxico, e acredita-se que poderia produzir problemas na implantação do embrião. Por isso, não convem abusar.

Os exercícios fazem bem ao corpo, e à alma

Quanto ao exercício, convem sempre praticar algum , uma vez que não só faz bem ao corpo mas também ao espírito. No entanto, durante a gravidez o treino deve ser conduzido por um profissional, para substituir alguns exercícios que não poderiam continuar a ser feitos da maneira habitual.

Cuidado com os medicamentos

Alguns medicamentos estão definitivamente contra-indicados durante a gravidez, dado que podem ocasionar complicações ou malformações no feto, e com outros, deve ser-se muito cuidadosa. Por isso, se a mulher está a receber algum tratamento, deveria consultar o seu médico antes de tentar uma gravidez. Se a medicação for necessária ou indispensável para viver, o profissional deverá avaliar a relação risco-benefício, tanto para a mãe como para o bebê. Se for possível reduzir ou suspender a dose sem riscos para a mulher, melhor. Embora o ideal seja efectuar sempre uma consulta com o especialista que se ocupa do problema.

Posso pintar o cabelo?

Apesar de que na atualidade existam produtos muito suaves, se a mulher pinta regularmente o cabelo e está à procura de uma gravidez ou está grávida, recomenda-se evitar o contato direto da tinta com a pele (pelo menos durante os primeiros meses da gestação) para prevenir uma possível absorção do produto através do couro cabeludo. A realidade é que durante a gravidez o cabelo fica mais sensível caindo frequentemente. O pintar traduz uma agressão ao cabelo que se deve evitar, pois não é indispensável.

Homens: a outra face da moeda

É primordial que o futuro papai tambem cuide da sua qualidade de vida, da sua alimentação, e dos seus hábitos com respeito ao tabaco, ao café e ao álcool. Não devemos esquecer que metade do embrião é fornecida pela célula masculina. Por isso, ele deveria seguir os mesmos conselhos que a sua mulher. Apesar de que a gravidez ser um produto de ambos, pai e mãe, sempre se lhe atribui a ela a responsabilidade dos cuidados preventivos. No entanto, sendo realistas, isto deveria ser igual para ambas as partes. Lamentavelmente, são muito poucas as mulheres que realizam uma consulta médica prévia, e no caso dos homens e preocupação é praticamente nula. Apesar de que, desde o primeiro momento, a responsabilidade de um filho diga respeito a ambos.

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